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Breve História dos Sintetizadores
Roland para Guitarra



Por Sérgio Motta – Gerente de Produtos para Guitarra




A história dos sintetizadores de guitarra não poderia existir sem a Roland Corporation e seu slogan: "We Design The Future". Em 1978, após mais de dois anos de intensa pesquisa e desenvolvimento, foi lançado o lendário GR-500, cuja guitarra funcionava apenas como um controlador, e não tinha captadores nem a sonoridade de uma guitarra comum. Logo depois vieram os modelos GR-100, GR-300 e GR-700, que incorporaram novas funções, como por exemplo, saída MIDI. Os primeiros "GRs" Roland criaram rapidamente uma legião de usuários, que desbravaram esse novo universo para guitarra. Entre eles estão os guitarristas Pat Metheny, Jeff Baxter (Steely Dan e Doobie Brothers), Jimmy Page, Andy Summers e Robert Frip (King Crimson). Aqui no Brasil, os guitarristas Mozart Mello e Claudio Venturini também começavam a criar novas sonoridades com os sintetizadores Roland para guitarra.

Em 1992 chega então a nova geração de guitar synths, com o lançamento do também revolucionário GR-1. Este foi o primeiro sintetizador de guitarras Roland a utilizar um "cabo GK" de 13 pinos, formato usado até hoje pela empresa para a comunicação dos sintetizadores com guitarras e contrabaixos. Eu comprei meu GR-1 em 1994, após ouvir alguns amigos comentarem sobre um produto revolucionário, que "tirava sons" de piano, órgão, strings, saxofone e até bateria, de uma simples guitarra normal. Depois de meses pesquisando em lojas e com amigos - não havia internet, e muito menos Google naquela época - eu finalmente levei meu GR-1 para casa. No dia seguinte, fui ao meu luthier para instalar o captador GK-2A. Qual minha surpresa ao descobrir que ele nunca tinha visto um captador GK Roland na vida. Eu respondi a ele: "Instale esse captador conforme o manual que eu te mostro prá que ele serve". Dito e feito..., no dia seguinte levei meu GR-1 à oficina e comecei a mostrar sons de piano, fender rhodes, órgão, metais, bateria, scat vocal e muito, muito mais. Eu nem preciso dizer a reação do luthier ao escutar aqueles sons, tocados por um guitarrista!

Eu fiz muitas "gigs" com cantores e cantoras, apenas com minha guitarra e o GR-1. Confesso que muitos trabalhos surgiram para mim naquela época, justamente pela fama do meu GR-1. Eu ainda cheguei a usar meu "synth guitar" como módulo de som, ligado a um sequenciador MIDI Roland MC-50MkII. Compor e estudar era simplesmente fantástico com aqueles dois produtos. Após o GR-1 vieram, GR-9, GR-30, GR-33 e GR-20, todos com a mesma concepção. Eu tenho meu GR-1 até hoje, funcionando em perfeito estado.

A evolução continua nos dias de hoje, com o lançamento do GR-55. Este novo sintetizador para guitarras da Roland dá o próximo passo na evolução dos guitar synths, reunindo os sons sintetizados profissionais da Roland, com sua tecnologia de simulação COSM, que recria guitarras, violões e baixos, além de simulação de amplificador e efeitos. Até o lançamento do GR-55, nenhum equipamento poderia executar tal processamento de som, unindo timbres de guitarra e sons de sintetizador. E tudo a partir de uma simples guitarra, equipada com o captador Roland GK. As possibilidades desse novo sintetizador vão muito além de seus predecessores. Os limites do GR-55 serão apenas os limites da criatividade de cada guitarrista.